sábado, 9 de maio de 2009

Farnsworth de molho

Apesar de Mies a ter elevado 1.50m do solo, para ocasiões de enchentes na zona (a casa está situada perto de um lago), a casa Farnsworth não escapou às cheias provocadas pelo furacão Ike, por apenas 40cm.O que quer dizer que o rio vizinho subiu 2 metros.. Mies não previu que subisse tanto. Vamos ver o que vai ser feito no futuro para que isto não volte a acontecer.A casa, actualmente em reparações, é um museu e um icone da obra de Mies van der Rohe.

Polêmicas
O custo total da obra foi orçado em 72.000 USD .As despesas adicionais não previstas e conflitos pessoais entre a Dr. Edith Farnsworth e Mies levaram a um processo judicial: Farnsworth alegou que a residência era inabitável. Mies não só concordou com a afirmação como respondeu justificando o projeto como o de uma residência de férias, sendo essencialmente uma experimentação artística. Além disto, Mies conseguiu provar que Farnsworth havia aprovado seus estudos, o que fez com que van der Rohe vencesse no tribunal.
Parte do protesto promovido por Farnsworth contra Mies incluía um apelo nacional para chamar os críticos de arquitetura em seu favor e a denúncia de Mies van der Rohe em publicações de circulação nacional.
Frank Lloyd Wright aproveitou-se da situação para denunciar a casa, o arquiteto, e o International style como um todo, alegando que os "modernistas estavam próximos dos comunistas em sua visão mecânica das necessidades humanas" e eram defensores de um "minimalismo conformista" em todas as coisas.

ANÁLISE FORMAL



O teto e a laje-cobertura são suportados por oito colunas exteriores e os revestimentos laterais são de vidro. Um núcleo central em madeira contém as instalações sanitárias e separa a cozinha, dormitórios e sala de estar. A casa se prolonga até o prado por médio de um terraço, os diferentes níveis sendo comunicados por escadas. Os degraus da escada, o terraço e o piso são feitos com lajota de travertino de 2 X 3 pés. Todos os perfis metálicos expostos são pintados de branco. As áreas envidraçadas possuem cortinas de “shatung” natural.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Casa Farnsworth

 

Em 1946 a física Edith Farnsworth encomenda a Mies van der Rohe uma casa de fim de semana em um terreno que possuía em Plano, Illinois. Pouco tempo depois Mies apresenta-lhe os primeiros esboços daquele que viria a tornar-se um polêmico ícone do modernismo, um paradigma do estilo internacional na América. Os planos da casa que Mies apresentou a Edith Farnsworth revelavam o resultado prático do lema do arquiteto: "Less is More".

A casa foi desenhada segundo um conceito que começara a ser desenvolvido num projeto que nunca seria construído, chamado Resor House. A casa Farnsworth foi o culminar deste tipo de experiência no desenho de casas.

A estrutura da casa consiste duas placas de betão suportadas por oito vigas de aço. O chão está suspenso destas vigas, como se a casa flutuasse sobre o solo. A fachada é composta simplesmente por placas de vidro, do chão ao teto e não existe nenhum tipo de divisória interna a não ser numa estrutura que suporta as áreas molhadas (cozinha, lavanderia e banheiro).

 

A casa é aquecida por bobinas colocadas sob piso; a ventilação transversal natural e a máscara de árvores próximas fornecem a refrigeração.
Além da imensa paixão que transpira da jóia de vidro e aço que é esta casa, há uma história de amor e ódio entrelaçada com a sua criação.
A doutora Farnsworth aprovou o projeto que parecia ser simples de ser construído. Apesar disso, a casa levou quatro anos para ficar pronta. Durante esse período, eram freqüentes os encontros entre arquiteto e proprietária, muitas vezes na obra (reza a 
lenda que tiveram um caso.

Quando a casa ficou pronta, Mies deu a Edith a conta do projeto: 73 mil dólares, o equivalente a mais ou menos 500 mil dólares atualmente.
Talvez por despeito (o relacionamento deles havia acabado há pouco) Edith Farnsworth processou o arquiteto pelo elevado preço, mas o fato de ter aprovado o projeto e acompanhado a construção pesou contra si e perdeu o processo. Mais tarde escreveu vários artigos contra a casa e contra Mies. Dizia que não era possível viver na casa, que as contas de aquecimento eram muito altas etc. Irritada com o arquitecto  disse a quem a quis ouvir, que: "Less is not more. It is simply less!"

Em 2003, a Landmarks Preservation of Illinois e o National Trust compraram a casa por 6.7 milhões de dólares americanos.